domingo, 27 de junho de 2010

This is the life...

Existem aqueles momentos em que a única coisa que lhe resta é balançar a cabeça e dizer: "É a vida..."

Foi-se o tempo em que o seu maior motivo de queixa era o metrô lotado de manhã. Momentos estes que depois até rendiam boas risadas, afinal você tinha certeza que ao chegar ao seu destino encontraria as pessoas mais maravilhosas, que pensavam como você, que não prezavam números apenas (estes são importantes, mas não são tudo) e sim a resolução de uma pendência com qualidade.

Sim, as coisas mudaram...

Lembra do sentimento de estranheza com que você encarava as pessoas que reclamavam daquilo que para você era mais um motivo para seguir em frente, que fazia você pensar que "este mundo ainda tem jeito"?

Um por um eles foram caindo fora do barco e consigo levaram o alicerce que mantinha toda a estrutura em pé. Levaram também as promessas que você acreditou sem por um momento sequer duvidar.

O tempo passou - sempre passa - e novas esperanças e promessas surgiram. As coisas pareciam novamente estarem em seus devidos lugares.

Porém  - e sempre tem um - mudanças se infiltraram sem que você desconfiasse...

Foi com incredulidade que você presenciou aqueles que eram inseparáveis se apunhalarem pelas costas.

Agora tem absoluta certeza que não tem mais jeito.

Hoje está cada um por si e que se salve quem aguentar mais tempo.






quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Ciclo

"Sempre achei que namoro, casamento, romance tem começo, meio e fim.
Como tudo na vida. Detesto quando escuto aquela conversa:
- 'Ah, terminei o namoro... '
- 'Nossa, quanto tempo?'
- 'Cinco anos... Mas não deu certo... Acabou'
- É não deu...?
Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou.
E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.
Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam.
Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro?
E não temos esta coisa completa.
Às vezes ele é fiel, mas não é bom de cama.
Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
Às vezes ele é malhado, mas não é sensível.
Tudo nós não temos.
Perceba qual o aspecto que é mais importante e invista nele.
Pele é um bicho traiçoeiro.
Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia.
E às vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona...
Acho que o beijo é importante... E se o beijo bate... Se joga... Se não bate... Mais um Martini, por favor... E vá dar uma volta.
Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra.
O outro tem o direito de não te querer.
Não lute, não ligue, não dê pití.
Se a pessoa ta com dúvida, problema dela, cabe a você esperar ou não.
Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta.
Nada de drama.
Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem, gravidez, dinheiro, recessão de família?
O legal é alguém que está com você por você. E vice versa.
Não fique com alguém por dó também, ou por medo da solidão.
Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado.
E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.
Tem gente que pula de um romance para o outro.
Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?
Gostar dói.
Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração.
Faz parte. Você namora um outro ser, um outro mundo e um outro universo.
E nem sempre as coisas saem como você quer...
A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.
Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta.
Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.
Na vida e no amor, não temos garantias.
E nem todo sexo bom é para namorar.
Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar.
Nem todo beijo é para romancear.
Nem todo sexo bom é para descartar, ou se apaixonar, ou se culpar.
Enfim... Quem disse que ser adulto é fácil?"


P.S. Não sei quem é o autor, mas quando recebi isto por e-mail achei que tinha - para variar - muita semelhança com o momento que estou passando agora. Mais um momento de reflexão sobre a vida, relacionamentos (não apenas amorosos) e o que você espera disso tudo. Enfim... com 21 anos você tem que pesar suas atitudes, seus erros e o que aprendeu com eles. Você já não é mais adolescente, mas também não se sente adulta o suficiente para assumir certas responsabilidades. É é aí que o medo e a insegurança tomam conta de você. Às vezes é melhor parar de questionar "por quê não deu certo?" e simplesmente viver...

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

De volta para casa...



















A foto deste post foi tirada enquanto eu voltava para casa na última terça-feira - após um encontro que não foi nenhum um pouco como eu esperava.

Acho que ainda estava um pouco desorientada depois do encontro - quer dizer, imagina você bancando "a forte", quando na verdade a coisa que mais queria era gritar (que nem uma louca) porque recebeu um balde de água fria, sem dó, na cabeça.

Ok, eu sou superdramática! Mas você me entenderia se tivesse passado pelo o que passei. Ouvido as mesmas coisas e sofrido as mesmas decepções... Mais uma vez (para variar).

E qual foi sua reação?!

Simplesmente sorriu e disse: "Acontece..."

Afinal acontecem mesmo, nada pode ser perfeito. Chega uma hora que você precisa sair da mesmice, ver se aquilo é o que realmente quer (ou não). E quando alguém é simplesmente corajoso para te dizer a verdade (ou te derrubar daquela nuvem que você se instalou tão precariamente) não se pode culpá-lo por isso... Não é?

Enfim... Embora, muito provavelmente, você tenha virado mais uma candidata ao hospício ou pelo menos a uns bons antidepressivos. A vida continua...

Então lá estava eu voltando para casa, de metrô, e ao fazer a baldeação na Sé me deparei com esse cenário aterrador... Toda aquela gente se empurrando e soltando diversos impropérios - que você por ser uma boa garota não diria nem sob tortura.

Quando dei por mim já havia pulado uma barreira de segurança - tudo bem, "pular" não foi bem o caso, eu simplesmente achei uma brecha por onde passei sem esforços... - e consegui tirar algumas fotos daquele caos. Várias pessoas ficaram atrás de mim sugerindo que eu mandasse as imagens para os jornais. Já os seguranças não acharam minha atitude nada apropriada... "Moça, você não pode ficar aqui. Quer que eu perca meu emprego?!".

Me retirei - antes que fosse retirada - e se isso ainda não bastasse, esbarrei em dois sujeitos que parece que nunca em suas vidas viram uma garota... Olhei desolada para os lados e depois resolvi pegar o sentido Barra Funda e voltar tudo...

Que dia, viu!




sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Mais um poema...

Queria ser seu caminho
na madrugada
Ter seu carinho
e mais nada
Guiar seus passos
ser sua diretriz
E de uma vez por todas
te fazer feliz
Desfazer seus medos
revelar segredos
certezas desconhecidas
esperanças perdidas
Te dar um pouco de fé
O dia de amanhã não se sabe
Talvez tudo acabe
Será que realmente tudo tem um fim?
Será que com a gente vai ser assim?
Sinceramente?
Não sei...
Não me importa o futuro...

domingo, 24 de janeiro de 2010

Isto é uma vergonha!



É uma pena ter que iniciar o primeiro post do ano falando de um assunto que me envergonhou, não apenas como futura jornalista, mas principalmente como cidadã.

Acho que isso resume o sentimento ante o infeliz comentário de um dos mais renomados jornalistas do país, Boris Casoy.

Recentemente recebi uma cópia da carta que Devanir Amâncio - que tive a honra de entrevistar no ano passado sobre a ONG Educa São Paulo que dentre tantos projetos possui uma biblioteca voltada para garis - escreveu à Organização Internacional do Trabalho (OIT) e resolvi postá-la aqui.

Segue:

Carta à Organização Internacional do Trabalho (OIT)

Mensagem de Desrespeito

Contra a Dignidade do Trabalho


A ONG Educa São Paulo, que tem seu raio de ação junto à população humilde e/ou excluída, principalmente da degradada região central da Cidade de São Paulo, Brasil, sente-se no dever de vir á presença dessa prestigiosa instituição para denunciar um brutal e preconceituoso ataque contra modestos e vulneráveis trabalhadores. O evento se reveste de superior gravidade se for levado em conta que foi divulgado por uma grande rede de televisão brasileira, pela boca de um dos seus apresentadores, dito âncora, que goza de inegável e consagrado respeito junto à opinião pública do país. As deletérias conseqüências do ato, que merece pronta, dura e justa resposta, propicia-nos a liberdade de descrever detalhadamente o episódio no sentido de oferecer subsídios para as avaliações necessárias.

Na noite de 31 de dezembro de 2009, o telejornal intitulado “Jornal da Band”, produzido e exibido pela Rede Bandeirantes, foi encerrado com singelas imagens de dois garis desejando votos de feliz ano novo aos telespectadores. Assim agiram por especial convite dos produtores do programa. É oportuno lembrar que a palavra gari, no Brasil, designa trabalhadores que operam em duplas e que varrem manualmente as ruas da cidade para conservá-las limpas. Apresentavam-se com seus conhecidos uniformes cor de laranja, apoiavam-se em suas respectivas vassouras e mostravam o sorriso aberto e ingênuo das pessoas simples. Na cena seguinte, durante a exibição dos nomes da equipe produtora do telejornal, os chamados créditos, o âncora Boris Casoy, supondo que seu microfone já estivesse desligado, emitiu o seguinte e insultuoso comentário:

“Que merda! Dois lixeiros, do alto de suas vassouras desejando feliz ano novo... O mais baixo da escala social do trabalho...” Algumas vozes riram no fundo do estúdio, como pode ser percebido no áudio vazado.

A humilhante manifestação ganhou rapidamente espaço na Internet e hoje é uma das campeãs de acesso no portal YouTube. Evidentemente os internautas, em sua maioria, são suficientemente sensíveis e conscientes para salvaguardar os trabalhadores de tão abjeta agressão. Mas persiste o fato de que tal agressão permanece, ferindo dignidades e arranhando auto-estimas, inclusive porque as desculpas lançadas pelo apresentador no dia seguinte foram chochas, enfadonhas e pouco convincentes, sugerindo que o agressor mais cumpria ordens superiores para proteger os interesses da emissora, do que por real sentimento de remorsos. Por outro lado a Rede Bandeirantes fechou-se em incompreensível mutismo, recusando até mesmo receber os representantes do sindicato da categoria que foram pedir-lhe explicações.

O objetivo deste comunicado é claro e direto: buscar a justiça. Os indícios até agora recolhidos indicam que os trabalhadores não receberão o merecido reparo. A nossa esperança é de que essas notícias, sendo relatadas em plenário tão soberbo quanto o da Organização Internacional do Trabalho (OIT), pelo menos, ou no mínimo, constranjam seus autores, não voltem a se repetir. Julgamos que a OIT seja o Fórum adequado para receber esse tipo de mensagem.


Devanir Amâncio

Presidente da ONG Educa São Paulo


Rua do Ouvidor, 56 – Praça da Bandeira - Cep: 01005-030- São Paulo (SP) Brasil.

Tel. (11) 3107-5470 Cel. (11) 8352-2338